quarta-feira, 12 de março de 2014

Ecos de Antero e Ad amicos de Sócrates!

Eis que, indubitavelmente, na grande Polis julga-se a grande concepção de que as societas são compreendidas pela sua inocência, ingenuidade onde se fundamenta o Princípio dos raciocínios, segundo Sócrates, advindo da essência das coisas! Claro que está uma das apologias, mesmo não estando incluída em sua defesa apológica de, diziam eles, não cumprimento de leis gregas, aproximava-se o ano 399 a.C.
Bem, tratando-se de uma pura injustiça, escuridão profunda, tornou-se claro aos olhos de Sócrates, surgir-lhe "tal" luz: «Não sou um ateniense, ou um grego, mas sim um cidadão do Mundo», sendo assim como é que leis pequenas podiam suster um cidadão projectado para a celestial polis? Será que o seu elementar Poder de transposição de fronteiras o tornava susceptível de tal profanação do seu espírito e chama acesa?!?, citado por Plutarco...
Vinha a saber que a acusação era de abduzir (Latim: abducere) a juventude de Atenas do culto a deuses ditos oficiais. Era demais para um homem tão ilustre. Já que ele diria mesmo que «O que deve caracterizar a juventude é a modéstia, o pudor, o amor, a moderação, a dedicação, a diligência, a justiça, a educação. São estas as virtudes que devem formar o seu carácter.», em " Código social, ó sea, Eco de la moral de las naciones antiguas y modernas" [Nota: livro que eu o irei ler a seu tempo]; Destino o completaria, até findar o ano, o ilustre persona.
Nesse plano, colocaria o poema Ad amicos de Antero de Quental que até podia ser de Sócrates:
«Em vão lutamos. Como névoa baça,
A incerteza das coisas nos envolve.
Nossa alma, em quanto cria, em quanto volve,
Nas suas próprias redes se embaraça.

O pensamento, que mil planos traça,
É vapor que se esvae e se dissolve;
E a vontade ambiciosa, que resolve,
Como onda entre rochedos se espedaça.

Filhos do Amor, nossa alma é como um hino
À luz, à liberdade, ao bem fecundo,
Prece e clamor d'um presentir divino;

Mas n'um deserto só, árido e fundo,
Ecoam nossas vozes, que o Destino
Paira mudo e impassível sobre o mundo. »


 ("A Morte de Sócrates", por Jacques-Louis David (1787))

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